Confira quais são as três principais atitudes adotadas por consumidores nos últimos meses
por Juliana Gelatti e Liciane Brun
Foto:
Gabriel Haesbaert / Especial
A inflação bateu novo recorde em Santa Maria e no país no mês de março.
E diante de um cenário de altas de preços no supermercado, na energia
elétrica, na gasolina e na farmácia, o consumidor busca alternativas
para reduzir as despesas. Esse caminho passa obrigatoriamente por
mudanças de hábitos. No supermercado há três medidas que podem garantir
uma conta menor: trocar marcas, eliminar supérfluos da lista e ir às
compras com mais frequência.
Na cidade, a inflação já soma 4,26% nos três primeiros meses do ano,
conforme o Índice do Custo de Vida de Santa Maria (ICVSM), divulgado
ontem, pelo Centro Universitário Franciscano. O IPCA, que mede a inflação oficial do país, também bateu recorde. Além do supermercado, gastos extras com energia elétrica e combustíveis também exigem mudanças de atitude.
— A gente limitou o tempo de TV para a nossa filha e brinca no pátio,
enquanto está claro, para poupar luz. Além de cortar besteiras, como
bolachas e doces — explica a fotógrafa Franciele Borges, 23 anos.
Por marcas mais baratas
A aposentada Terezinha Bortoluzzi de Oliveira, 65 anos, está
experimentando marcas alternativas para produtos que costuma comprar:
— Procuro as marcas com preços menores, em todos os setores, mas principalmente em produtos de limpeza.
De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de
Gêneros Alimentícios de Santa Maria (Sindigêneros), ainda não é possível
notar o impacto dessas mudanças nas vendas, mas ele considera que a
comparação é benéfica:
— Hoje, devido ao crescimento da tecnologia, mesmo as marcas
inferiores têm um produto mais aceitável. O consumidor topa
experimentar, por ser mais barato. É salutar que isso ocorra, pois
mantém a competitividade e os preço das mercadorias.
De acordo com o economista que coordena o ICVSM, Mateus Frozza, vale a
pena comparar marcas e estabelecimentos. Segundo ele, já foi possível
notar esse comportamento na Páscoa:
— Esta foi a Páscoa da Garoto. As marcas líderes, Nestlé e Lacta, ficaram em segundo plano para muita gente.
É proibido fazer rancho
Fazer compras uma vez por mês, por exemplo, pode induzir ao exagero. O
consumidor pode acabar levando para casa mais do que realmente precisa,
prevendo o longo intervalo até a próxima compra. Adquire-se em grandes
quantidades e, quando os produtos não são consumidos, estragam e vão
para o lixo. Pode parecer que não, entretanto, mês a mês, essa conta
pesa bastante no bolso.
Uma boa saída é fazer compras semanais. Se uma família gasta, por
exemplo, cerca de R$ 1 mil todos os meses com compras, mas decide poupar
10% (R$ 100) deste valor ao cortar itens supérfluos, o saldo final
depois de um ano de economia vai ser de R$ 1,2 mil — mais do que o
suficiente para um mês inteiro.
— Desde que os preços subiram, estamos deixando de consumir algumas
coisas, mas a maior mudança é ir mais vezes ao supermercado. Até três
vezes por semana eu vou a um mercado para aproveitar as promoções de
cada dia e comprar só o que vou usar mesmo — explica a técnica em
enfermagem Rosane Teixeira, 49 anos.
Para o analista de mercado Jackson Albeirice, as visitas semanais ao
mercado podem ajudar a criar uma economia média de 25% a 30%. Isso
porque o consumidor pode adaptar melhor sua lista de compras ao que
realmente é necessário na casa naquela semana específica.
O monitoramento pode ajudar e pegar boas promoções do dia, além de
garantir uma alimentação saudável para toda a família. Já na opinião do
economista Mateus Frozza, aumentar a frequência das compras só interfere
no valor total dos gastos se prevenir desperdícios. A vantagem mais
comum costuma ser a de poder aproveitar a variação para baixo dos preços
de hortifrutigranjeiros.
O que os consumidores estão fazendo
"Estou preferindo as marcas mais baratas e indo mais vezes ao
supermercado, comparando também os preços em diferentes lojas. Algumas
coisas, como pizza e outras bobagens, estou consumindo bem menos".
Rosane Teixeira, 49 anos, técnica em enfermagem
"Procuro sempre o que está mais barato e cuido os dias de promoção". Aliceu Nunes de Souza, 41 anos, comerciante
"Tenho procurado diminuir. Reduzi a quantidade e a variedade de
produtos de limpeza". Sueida Menezes, 60 anos, médica veterinária
"Estou buscando um equilíbrio entre preço e qualidade, principalmente
na fiambreria". Terezinha Bortoluzzi de Oliveira,65 anos, aposentada
"Compro só o necessário, mas diminuí a quantidade. Não faço mais
estoque de azeite, por exemplo". Mariza Ferraz Stumpf, 57 anos, dona de
casa
"Estou comprando menos tomates e em vez de um bife melhor, compro chuleta". Luiz Rogério Borges, 40 anos, motorista.
"Já precisei trocar a marca do macarrão, para poder manter as marcas
de outros produtos que gosto de consumir, como por exemplo de café. Na
compra da carne, também precisei trocar do patinho por coxão". Simone
Regina Maciel, 47 anos, agente penitenciária.
"Troquei a marca do macarrão. Na erva-mate, diminuí o consumo e
troquei de marca, preferencialmente por alguma que esteja em promoção".
Joice Medeiros, 52 anos, dona de casa.
"O produto que precisei trocar de marca foi o pão integral. A carne
também diminuiu a quantidade nas compras". Joelma Rodrigues Dornelles,
40 anos, técnica de enfermagem.
Veja a matéria no site do Diário de Santa Maria:
http://diariodesantamaria.clicrbs.com.br/rs/economia-politica/noticia/2015/04/inflacao-provoca-mudanca-de-habitos-ao-ir-ao-supermercado-em-santa-maria-4735866.html
Veja a matéria no site do Diário de Santa Maria:
http://diariodesantamaria.clicrbs.com.br/rs/economia-politica/noticia/2015/04/inflacao-provoca-mudanca-de-habitos-ao-ir-ao-supermercado-em-santa-maria-4735866.html
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